O nascimento de um bebê é um dos momentos mais marcantes na vida de uma mulher. Mas junto com ele, chega também uma fase intensa e desafiadora: o puerpério.
Esse período é repleto de transformações físicas, emocionais e hormonais, que exigem atenção, autocuidado e, principalmente, acolhimento.
Apesar de ser natural, o puerpério ainda é pouco falado de forma realista. Muitas mães se sentem despreparadas para lidar com as mudanças e as emoções que surgem nos primeiros dias após o parto.
Neste artigo, vamos explicar o que é o puerpério, suas fases, desafios e como passar por ele de forma mais leve e consciente.

1. O que é o puerpério?
O puerpério é o período que começa logo após o parto e pode se estender por até quatro a seis meses, embora algumas mudanças emocionais e físicas durem mais tempo.
É durante esse tempo que o corpo da mulher passa por um processo de recuperação, voltando gradualmente ao estado anterior à gestação.
Além das alterações físicas, o puerpério envolve uma grande reestruturação emocional e psicológica.
A mulher está se adaptando à nova rotina, conhecendo o bebê, enfrentando os desafios da amamentação e lidando com noites mal dormidas — tudo isso enquanto tenta manter sua saúde mental equilibrada.
2. As fases do puerpério
O puerpério é geralmente dividido em três fases:
Puerpério imediato (0 a 10 dias após o parto):
É o período mais intenso. A mulher está se recuperando do parto, aprendendo a amamentar, conhecendo o bebê e enfrentando os primeiros desconfortos físicos, como sangramentos, cólicas uterinas e dores nos seios.
Puerpério tardio (11 dias a 45 dias):
O corpo ainda está se adaptando. A amamentação começa a se estabilizar, o útero volta ao tamanho normal, e o sangramento diminui.
É comum a mulher começar a sentir os impactos emocionais com mais força nessa fase.
Puerpério remoto (a partir de 45 dias):
Apesar de o corpo já ter passado por grandes mudanças, o aspecto emocional ainda pode ser delicado.
O vínculo com o bebê está mais fortalecido, mas os desafios da rotina materna continuam, especialmente se houver retorno ao trabalho ou diminuição da rede de apoio.
3. Alterações físicas comuns no puerpério
Durante o puerpério, o corpo passa por várias transformações:
- Involução uterina: o útero retorna ao seu tamanho normal.
- Loquiação: sangramento vaginal que dura de 2 a 6 semanas.
- Início e adaptação à amamentação: que pode trazer dor, rachaduras e dificuldade de pega.
- Queda de cabelo e alterações na pele: comuns devido às mudanças hormonais.
- Cansaço extremo: por conta da privação de sono e recuperação do corpo.
4. Alterações emocionais e psicológicas
As mudanças hormonais, a nova rotina e a responsabilidade de cuidar de um recém-nascido podem afetar fortemente o estado emocional da mãe. Algumas das emoções mais comuns são:
- Choro frequente
- Ansiedade
- Irritabilidade
- Insegurança
- Sentimento de solidão
Essas emoções fazem parte do chamado “baby blues”, que costuma durar até 15 dias.
Porém, se os sintomas forem intensos, persistentes e impactarem a vida da mãe, é preciso ficar atenta à depressão pós-parto, que requer acompanhamento profissional.
5. Dicas para passar pelo puerpério com mais leveza
1. Aceite ajuda
Você não precisa dar conta de tudo sozinha. Permita-se ser cuidada, aceite ajuda para tarefas da casa, alimentação e cuidados com o bebê.
2. Descanse sempre que puder
Aproveite os momentos em que o bebê dorme para descansar também. Sua recuperação física e mental depende disso.
3. Fale sobre o que está sentindo
Converse com pessoas de confiança sobre suas emoções. Se preferir, procure um grupo de apoio materno ou acompanhamento psicológico.
4. Cuide da sua alimentação
Uma alimentação nutritiva ajuda na produção de leite e fortalece o sistema imunológico da mãe.
Beba bastante água e, se possível, tenha refeições prontas ou congeladas.
5. Respeite seu tempo
Não se cobre para voltar ao corpo de antes ou para dar conta de tudo com perfeição.
O puerpério é um período de adaptação, e cada mulher vive de uma forma.
6. Tenha uma rede de apoio
Parceiro, familiares e amigos podem e devem participar dos cuidados com o bebê.
A maternidade não precisa ser solitária.

Conclusão
O puerpério é um período tão desafiador quanto transformador.
É quando a mulher renasce como mãe e descobre uma nova versão de si mesma.
Mesmo com todas as dificuldades, é possível viver esse momento com mais acolhimento, respeito e autocuidado.
Falar sobre o puerpério de forma realista é essencial para que outras mães saibam que não estão sozinhas — e que tudo que estão sentindo é válido.
A maternidade não precisa ser perfeita, mas sim verdadeira e vivida com amor.
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